Há quem diga que ciência e religião são caminhos traçados paralelamente. Será verdade?
A Alquimia foi uma "doutrina religiosa-filosófica-científica" que surgiu na Antiguidade se apropriando dos conhecimentos ocultistas da Mesopotâmia, Pérsia, Caldéia, Egito, Síria, entre outros povos. Costuma-se dividi-la em Alquimia Chinesa e posteriormente, com a difusão cultural criada por Alexandre, o Grande, a alquimia se espalhou para o mundo ocidental, atingindo Grécia, Egito, Mundo Islâmico e outras grandes civilizações. Com as Cruzadas, a alquimia entrou em contato com os europeus, originando a alquimia medieval, com seu ápice entre os séculos XIV e XVI. A alquimia representou principalmente o Renascimento antropocentrista que buscava igualar o conhecimento humano ao poder divino criador da natureza, ao mesmo tempo em que unia Química, Física, Astrologia, Filosofia, Arte, Metalurgia, Medicina, Misticismo e Religião, sendo extremamente influente no desenvolvimento científico.
As principais finalidades da Alquimia eram:
- Transmutar metais diversos em ouro, considerado o metal mais nobre e símbolo da perfeição
- Obter o Elixir da Longa Vida, capaz de curar qualquer enfermidade e dar a vida eterna
- Criar vida humana artificial, representada principalmente pela tentativa de ciar os homunculi
Tanto a transmutação de metais quanto a vida eterna poderiam ser obtidas pela Pedra Filosofal, que se tornou o objeto de busca incessante de muitos na época. A busca por essa pedra mística ficou conhecida como "A Grande Obra". A tentativa de criação dos homunculi se deu através de diversas experiências com sêmen humano, e pode ser considerada como um embrião dos estudos que muito futuramente dariam origem à fecundação artificial.
Os alquimistas foram muito perseguidos pela Igreja Católica por terem as suas experiências associadas a pactos com o demônio. Por esse motivo, os alquimistas buscaram mascarar seus rituais/experiências de várias formas. Uma delas é a utilização de simbologias muito específicas e diversas metáforas presentes nos livros alquímicos. Alguns estudiosos e historiadores afirmam ainda que a busca pela transmutação para o ouro foi, na verdade, uma tentativa de esconder os verdadeiros rituais ocultistas que contrariavam a mentalidade da época pois queriam ultrapassar as revelações divinas para entender o equilíbrio do Universo. Um exemplo que permanece até hoje em nossa cultura é o fato do enxofre, uma das matérias-primas principais dos alquimistas, ser comumente associado ao demônio.
O Universo, por sua vez, era visto como a junção de Fogo, Terra, Água e Fogo. Esses conceitos são notados no filósofo Empédocles(490 a.C. - 430 a.C.), que considerava que estes quatro elementos eram a arkhé criadora do mundo e da matéria, e que essa matéria poderia ser unida ou separada pelo amor e ódio.
Mas você deve estar se perguntando: E no que isso ajudou para a ciência?
Primeiramente, a Alquimia foi a grande responsável pela difusão da tese da transformação e reação dos elementos químicos. Além disso, através dela foi possível conhecer e descobrir muitos elementos, além dos processos utilizados na época, como a destilação, combustão, aquecimento e evaporação, vistos como capazes de transformar as proporções dos quatro elementos na matéria, transmutando-a. A fabricação do sabão também era feita em grande escala pelos alquimistas.
Outro aspecto importante difundido na época foi a noção de que, no Universo, a matéria nunca é destruída por completa ou criada do zero, sendo esta apenas a definida pela modificação das proporções elementares. Esta ideia seria retomada no século XVIII por Lavoisier, um dos mais importantes químicos na história.
Robert Boyle, outro importante pioneiro da Química como a que conhecemos hoje, procurou diferenciar a ciência da religião, criando o dualismo científico-religioso que foi afirmado durante o Iluminismo e a corrente cientificista, que prezavam a ciência pura como único meio de atingir a verdade. Porém, Boyle seguiu as referências alquimistas e acreditava na transformações de metais.
A Pedra Filosofal foi objeto de estudo de muitos cientistas mesmo após a alquimia ter perdido sua força para a ciência propriamente dita. Um exemplo disso é Isaac Newton, importante Físico que concentrou parte de seus estudos na busca de tal artefato.
A Alquimia foi elemento fundamental para o nascimento de muitas ciências que conhecemos e que são fundamentais no mundo de hoje. Além disso, a contribuição para o ocultismo foi tão significativa quanto para a ciência.
Mesmo hoje, podemos encontrar várias referências dos alquimistas em diversos produtos culturais. Esta ciência, juntamente ao mito da Pedra Filosofal, serviram de referência para a criação de diversas obras: desde livros como Harry Potter e a Pedra Filosofal, O Alquimista e O Código da Vinci; passando por animes e mangás como Fullmetal Alchemist e até mesmo uma novela brasileira de nome Fera Ferida exibida entre 1993 e 1994.
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Mesmo hoje, podemos encontrar várias referências dos alquimistas em diversos produtos culturais. Esta ciência, juntamente ao mito da Pedra Filosofal, serviram de referência para a criação de diversas obras: desde livros como Harry Potter e a Pedra Filosofal, O Alquimista e O Código da Vinci; passando por animes e mangás como Fullmetal Alchemist e até mesmo uma novela brasileira de nome Fera Ferida exibida entre 1993 e 1994.
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