
Para começar, é indispensável ressaltar que o amor nada mais é do que um conjunto de reações do nosso organismo para que nos juntemos a um parceiro a fim de reproduzir e garantir a perpetuação da espécie. As chances de um novo ser humano se desenvolver bem aumentam significativamente se este estiver em um meio onde os seus genitores compartilham um vínculo que garante a proteção e sustento da família.
Partindo do início, a atração entre dois indivíduos teoricamente ocorre na busca de um parceiro que seja propício para a reprodução. Nessa avaliação entra de tudo: forma do maxilar, tamanho dos seios, cheiro e etc. Pesquisas apontam que os seres humanos buscam outros com sistema imunológico complementar aos seus, para que o descendente tenha uma genética melhor adaptada ao ambiente. Estudos apontam que em países que dispõe de um bom sistema de saúde, as mulheres deixam cada vez mais o ideal de "macho alfa" dotado de genes fortes e prefere cada vez mais homens de feições mais delicadas. Nessa onda de estímulos reprodutórios também entra uma possível explicação do adultério, que nada mais seria do que alternativas evolutivas para gerar mais descendentes com outros genitores que não sejam o parceiro.
Existem vários hormônios e neurotransmissores diferentes nos diferentes estágios do amor. O amor à primeira vista nada mais é do que um sinal do corpo de que aquela pessoa é uma boa reprodutora. Depois do primeiro contato e da identificação dos dois, o corpo passa a liberar adrenalina, dopamina e norepinefrina, que fazem com que o amante passe noites em claro, tenha borboletas no estômago e a cabeça nas nuvens. A norepinefrina também se associa à memorização de estímulos, fazendo com que achemos que o atual amante é sempre único e diferente dos anteriores. Há ainda a queda da serotonina no organismo, que pode causar uma obsessão pelo ser amado.
Conforme a relação avança, há cada vez mais oxitocina, liberada, por exemplo, em orgasmos e abraços. Esse hormônio é responsável pela passagem do sentimento de desejo eufórico para um sentimento de vínculo afetivo. O sentimento eufórico do início do relacionamento esfria, pois aqueles hormônios são liberados cada vez menos, e começam a ser liberados o CRH e o nível de vasopressina aumenta nos homens. O resultado é a criação de uma fidelidade monogâmica , que faz com que os pombinhos não queiram se separar e um queira proteger o outro.
Seja como for, a ciência é um conjunto de teses sistemáticas, que mesmo tão evoluída e esclarecedora, ainda não superou a arbitrariedade da natureza. Ainda que você saiba que o seu cérebro está mandando uma centena de informações para gerar os mais diferentes efeitos no seu corpo, ame quem você quiser do jeito que quiser.
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